Ocorrência envolvendo para-raios radioativo

Para-raios radioativoAinda tem para-raios radioativo na sua empresa? Veja as instruções para retirada dos mesmos no final da postagem.
Como a obrigatoriedade da retirada dos para-raios radioativos ficou por conta dos municípios, pode ser que ainda haja algum perdido por aí e, talvez até na empresa em que você trabalha. Vale a pena dar uma conferida!
A ocorrência que vou relatar aconteceu logo depois que os para-raios radioativos foram considerados menos eficazes do que os convencionais. Isso foi em 1995 e, como podemos ver, está a menos de 10 anos do acidente com o Césio 137 de Goiânia (foi em 1987). Está fresco na memória das pessoas ainda.
Naquela manhã de domingo eu estava de plantão e, conforme combinado no dia anterior, iria acompanhar uma equipe na retirada de um para-raios radioativo que fica sobre um prédio público dentro da vila da empresa. Portanto, era responsabilidade da empresa fazer a remoção. A equipe que faria a remoção estava habituada com trabalhos com fontes radioativas, pois havia muitas na empresa. Sendo assim, a minha função era apenas o isolamento da área (era local público) e evitar que curiosos se aproximassem,
O para-raios radioativo funcionava com fontes de Amerício 241 e que emite radiação alfa que tem alcance no ar de apenas poucos centímetros e radiação gama de baixa energia apresentando, por isso, um risco pequeno de irradiação. Sabendo disso, a equipe estava bem tranquila quanto à remoção do para-raios, com exceção dos riscos do trabalho em altura, pois o para-raios estava instalado em uma torre bem alta e antiga.
A equipe estava sendo comandada por um engenheiro que, em tese, deveria saber muito bem o que estava fazendo. Porém, assim que ele pegou o para-raios na mão, eu percebi o quanto ele estava desinformado. Enquanto ele esfrega a mão sobre os discos do para-raios, tentando limpar, passou a falar com seus funcionários explicando que não havia risco, pois a fonte estava dentro da haste, quando na verdade, ele estava passando a mão exatamente sobre o local da fonte, conforme podemos ver na imagem.
Eu havia acabado de me formar e tinha muita informação sobre o assunto, pois tive aula com um professor que trabalhava em uma instituição governamental sobre energia nuclear e não foi à toa que fui escalado para acompanhar aquele serviço.
A lição que devemos tirar desse episódio é – se você não tem certeza sobre algo que vai fazer, procure tirar todas as dúvidas antes (eu fiz isso com meu chefe um dia antes, mesmo conhecendo sobre o assunto), pois eu não queria surpresa.
A desinformação pode acarretar em perdas graves para pessoas ou equipamentos.

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BAIXE O MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA REMOÇÃO DE PARA-RAIOS RADIOATIVOS

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