Sou azarado mesmo! – Não é bem assim.

Outro dia tive que trocar umas telhas em casa. Passei no depósito e comprei as 40 telhas para substituir as quebras e mãos à obra. Não quis jogá-las uma a uma, (conforme opinião do pedreiro) com medo que se quebrassem… Quis dar uma de entendido, que diabo! Coloquei todas as telhas num caixote de madeira e amarrei-o com uma corda, passando a ponta sobre uma das vigas e telhado e a outra ponta prendi em minha cintura. Com isso, IMPROVISEI uma polia para erguer o caixote de telhas até o telhado.

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Começou aí a minha desgraça… Quando o caixote alcançou o teto, parei de puxar a corda. Então, quando já era tarde demais, percebi que o caixote era mais pesado que eu. Aí aconteceu o seguinte:

O caixote desceu como uma pedra, e eu subi como um foguete. Na subida encontrei o caixote que descia, e ele batendo com força no ombro esquerdo, fraturou-me a clavícula. Mesmo assim continuei subindo e o caixote descendo. Foi terrível…

Enquanto o caixote chocava-se com o chão, eu batia com a cabeça no telhado, abrindo-me um rasgo na testa. Não parou por aí a minha tragédia… Batendo com força no chão, o caixote teve o fundo despregado, espalhando telhas e cacos por todos os lados. Ora… livre da carga, o caixote ficou mais leve do que eu. Assim sendo, desci com uma flecha e o caixote subiu e o caixote subiu como um rojão. O inevitável voltou a acontecer. Na descida encontrei-me de novo com o caixote que subia, e um maldito prego produziu profundo corte em meu peito. Continuei descendo e o caixote subindo… Bati violentamente com os joelhos no chão e os cacos de telhas quebrados penetraram fundo na carne. Foi demais… Não suportei. Tombei desmaiado. Mas… ao desmaiar, larguei a corda e o caixote que estava lá no teto despencou justamente sobre o meu nariz… Pois é turma, só hoje percebo que a maioria dos acidentes não são causados pelo azar como disse, mas pela falta de atenção, improviso e desrespeito às normas de segurança.