Técnico de Segurança x acidentes de trabalho – Uma luta interminável?
A maior frustração de um técnico de segurança, com certeza, é ter que fazer a investigação de um acidente (veja – Procedimento para investigação de acidente e incidente). Esse é o momento em que temos a sensação de que tudo que fizemos foi por água abaixo. Passamos nosso dias nas empresas lutando com todas as armas que possuímos a fim de evitar um acidente de trabalho e, de repente, lá está mais uma ocorrência. Mas, nós que amamos nossa profissão, não desistimos! E dali a pouco lá estamos nós empenhados identificar e corrigir os desvios que poderiam levar a mais um infortúnio.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Uma luta desigual
Apesar de todos nossos esforços, parece que estamos sempre perdendo a batalha. O acidente insiste em chegar sempre antes. Tentamos cortar o caminho e nos adiantarmos, mas temos a sensação que estamos sempre chegando atrasado. São anos de estudos; novas ferramentas são aplicadas e que prometem nos ajudar nessa árdua caminhada. No entanto, quando iniciamos mais um dia de trabalho e batemos o olho no placar de acidentes, nossas forças desfalecem diante da verdade que se nos apresenta. O que podemos fazer? Qual caminho devemos trilhar? O que estamos fazendo de errado?
As cobranças de quem investiu em nós
Todos nós conhecemos essa frase: “Se a empresa vai bem na prevenção de acidentes, é o trabalho de todos que foi bem feito. Mas se os resultados são ruins, o pessoal da segurança do trabalho não fez seu dever de casa direito”.
As cobranças são intensas e, por vezes, equipes inteiras são trocadas em virtude dos maus resultados em segurança do trabalho. Não creio que penalizar o Serviço de Segurança seja o melhor caminho, mas toda empresa vive de resultados; sejam eles de produção ou de segurança, devem manter-se dentro de um padrão aceitável em comparação às outras atividades do mesmo gênero.
Sabemos de nossas responsabilidades e trabalhamos para cumprir com nosso objetivo, porém a prevenção de acidentes não depende só de nós. Entendemos que devemos ser cobrados, mas também contamos com a colaboração de todos. Não dá para fazer segurança sozinho.
Qual é o nosso limite?
Tem gente que acha que o Técnico de Segurança tem muito poder dentro de uma organização, porém a verdade é bem diferente. Interditar um equipamento por falta de segurança, pode significar a sua demissão. Parar uma atividade porque alguém está se expondo a riscos, também pode lhe trazer algum desconforto. Não deveria ser assim, mas essa ainda é a realidade em que muitos colegas de profissão vivem. Feliz aquele que tem total liberdade de fazer seu trabalho, muito embora a cobrança seja muito maior, nesse caso. Mesmo esses, ainda têm limites, quanto mais aqueles que foram contratados apenas para cumprir com a legislação.
Vamos ser realistas – a prevenção de acidentes ainda está muito longe do ideal em que esperamos. Enquanto os homens que estão no poder acharem que somos os responsáveis pela prevenção de acidentes, continuaremos a ser o bode expiatório pelos maus resultados da empresa em relação à prevenção.
A grande maioria das empresas ainda estão na era da dependência. Talvez um dia tenhamos verdadeiramente empresas de Classe Mundial, mas até lá seremos os guardiões da segurança com a missão de fazer aquilo que todos deveriam fazer – proteger-se, independente se está sendo observado ou não.
E você colega TST, Engenheiro de Segurança, Estudante – qual sua opinião sobre a prevenção nas empresas brasileiras?
Sou Técnico de segurança e a minha visão sobre a cultura de algumas empresas é algo que ainda que perpetua como muito a desejar daquilo esperado, pois, descrevo isso desde quando trabalhava em uma metalurgia de cobre onde adquirir boa experiência sobre fazer segurança a partir do escalão superior. Digo isso porque nesta empresa os diretores ou gerentes quando eram a favor de uma segurança eficaz não faltavam nada desde das compras de EPI’s, treinamentos em geral, em fim, qualquer necessidade eram suprida sem dificuldades, tinha-mos total apoio. Mas, quando ao longo de alguns anos (no máximo 4) este Diretores ou Gerentes eram substituídos e o próximo a ocupar a vaga não tinha a segurança com valor, e isso causava um retrocesso de tudo que estava sendo feito até aquele momento. Até os acidentes se recrudesciam de forma mais acentuadas. Essa minha observação se deu ao longo de 10(dez) anos ali vividos. Hoje em dia isso ainda é verídico.
Boa Tarde!
Quando trabalhava em uma empresa a consciência de segurança era muito forte pois e uma empresa Americana, ai a diferença, o departamento de segurança era muito forte tendo poder mais que o Diretor da planta, isso sim era trabalhar feliz e com muita responsabilidade.
Após me aposentar estou trabalhando como assessor de segurança em diversas empresas, que infelizmente ainda acredita que segurança e um gasto desnecessário, não se preocupam com nada pensam por que entregam os EPIs, todos estão seguros, falar em treinamento não querem nem pensar, pois a produção não pode parar os relatório de não conformidades (Condições Inseguras) que e enviado para os responsáveis são descartados ou deixados de lado, o que importa é o faturamento, e nada mais.
E nos que temos uma visão forte em segurança ficamos de mãos atadas, pois emitimos nossos relatórios, conversamos com os responsáveis mas não podemos fazer mais nada.
Desculpem amigos Técnicos pelo desabafo, mas a realidade ainda esta longe de acontecer, enquanto não tivermos auditorias do ministério do trabalho isso vai continuar por muitos anos.
Luiz Antonio
A função do Técnico de Segurança infelizmente na maioria das empresas não é valorizada. A alta direção na maioria das veze sempre vem com o mesmo discurso que não bastar e que isso não acontece aqui. Os empresários visam o maior lucro possível sem investimentos na segurança do trabalho
Infelizmente isso ainda acontece. Mas essa situação está mudando (pelo menos nas grandes empresas). Tem muitas empresas investindo pesado para cumprir os requisitos legais envolvendo, principalmente, as NR 10, 11, 12 e 35 entre outras. Sabemos que são investimentos na ordem de milhões de reais para atender essas normas. O que fica a desejar são as pequenas empresas que realmente não atendem nem o mínimo necessário.
Tudo verdade! O que se passa é que muitos que estão nas altas direções das oroganizações precisam atualizarem-se para encararem a realidade. Outros acham que segurança é um custo e outros que conhecem, sabem, entendem da questão, mas negligenciam a situação.
Gosto muito do seu blog sempre tem informações atualizadas , gostaria que escrevesse um pouco sobre revistas do ramo . obrigada !
Vou dar uma pesquisada e escrever sobre esse assunto.
Obrigado pela sugestão.
Bem verdade ! seu artigo sobre acidente de trabalho X técnico deixa bem claro a situação que enfrentamos todos os dias .Nossa luta diária em nossos campo de trabalho em que muitas vezes não somos valorizados, requer paixão pela profissão e muita moderação ; mas em meio a tudo o que mais deixa nos impotentes e ouvir que nada fazemos !e que nosso trabalho e moleza.
É bem isso mesmo Maria. Certa vez escrevi um texto sobre "O que nós fazemos". É incrível a dificuldade que nós mesmos temos ao definir quais são nossas atividades no dia-a-adia. Imagine, então, os outros!