Tem certos momentos da vida em que essa frase pode ser jogada em sua cara. Não precisa ser ao pé da letra. Pode ser que alguém lhe desafie diante dos outros e aí todo mundo fica te olhando e pensando : “Vamos ver se esse cara é um homem ou um saco de batata“.
Muito bem! Este é um dos piores momentos que um técnico de segurança pode passar – você está no meio de uma palestra e alguém lança uma pergunta que mais parece um míssil. Ele quer te partir ao meio e te olha com aquele olhar de: “Se vira agora, véio! Você não é o bom?!”
Pois é, que atire a primeira pedra o técnico de segurança que nunca passou por isso (estou falando do técnico, porque é minha profissão, mas pode ser qualquer um).
Certa vez eu estava fazendo uma inspeção de rotina na empresa e me encontrei com outro colega de serviço que também estava trabalhando naquela área. Estávamos ali no meio de um galpão com mais ou menos 2000 m2, cheio de funcionários para todo lado. Eis que de repente surge um chefe (engenheiro de produção daqueles que grita com todo mundo e gesticula feito um polvo, aliás isso tem nome – assédio moral) e começa a gritar com meu colega. Fiquei ali parado sem saber exatamente o que estava acontecendo e esperando que ele (meu colega) respondesse alguma coisa, porém ele ouviu todas as barbaridades que o chefe falou e ficou quieto. Eu que sempre sou um cara comedido, não aguentei, pois percebi que meu colega tinha feito a coisa certa. Saí atrás do chefe, passei por ele e parei na sua frente já falando, também. Ele ficou sem ação e tentou se desviar de mim, porém coloquei minha mão em seu peito e disse: “Lá atrás você falou e nós escutamos, agora você vai escutar!”
Fiz tudo igual a ele – falei o mais alto que pude e gesticulei feito um louco. Todo mundo parou para olhar, talvez achando que eu fosse mesmo louco, pois ninguém ousava questionar aquele chefe.
Foi uma decisão difícil, mas eu não poderia ficar calado, sob o risco de todo nosso trabalho naquela área ir por água abaixo. Defendi meu colega de serviço porque ele era um TST novo e com certeza não quis bater de frente com o chefe da área.
Daquele dia em diante passamos a ser tratado de modo diferente por aquele chefe. Pode ser que eu tenha arriscado meu emprego com aquela atitude, mas eu ainda prefiro ser um homem desempregado do que um saco de batatas empregado!
Se você não passou pela mesma situação que passei ou se ainda está estudando, saiba que isso vai acontecer cedo ou tarde. Esteja preparado para esse momento. Tenha bala na agulha e mostre que você sabe o que está falando. Imponha respeito pelo conhecimento e técnica e não pela força. Só em último caso faça o que fiz, pois as consequências podem ser danosas para os dois lados.
Portanto, provar que você é “um homem e não um saco de batatas” é algo que não recomendo a ninguém.
