Treinamento sobre Percepção de Riscos

Treinamento sobre Percepção de Riscos.
Author: Jon Sullivan

O treinamento sobre percepção de riscos é fundamental na prevenção de acidentes

Este artigo sobre o treinamento sobre percepção de riscos tem como objetivo mostrar que nem todo mundo é capaz de perceber o risco. Assim sendo, treinar a percepção dos trabalhadores pode ajudar em muito a prevenção.

Relembrando:

Perigo = uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675)
Risco = “é a probabilidade ou chance de lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675).
 
Simplificando: Risco é a interação entre o perigo e o ser humano (quando se fala de Segurança do Trabalho)
  • Definindo Percepção de Risco

“É o ato de tomar contato com um perigo por meio dos sentidos (audição, tato, visão, olfato, paladar) e avaliar a possibilidade de adoecer ou acidentar-se em decorrência da exposição a ele.”

Conceito da COMPORTAMENTO – Psicologia do Trabalho.
http://www.sxc.hu/photo/1338118

Qualidades do perigo que influenciam a percepção de risco

 Riscos aceitáveis:

  • Voluntários
  • Sob controle
  • Claramente benéficos
  • Distribuídos de maneira justa
  • Naturais
  • Estatísticos
  • De uma fonte confiável
  • Familiares
  • Que afetam os adultos

Riscos não aceitáveis:

  • Involuntários
  • Controlados por outros
  • De pouco ou nenhum benefício
  • Distribuídos de maneira injusta
  • Causados pelo homem
  • Catastróficos
  • De fontes desconhecidas
  • Exóticos
  • Que afetam as crianças

Fonte: Fischhoff, et al., 1981



 Ao perceber um risco o trabalhador pode assumir duas posturas:

Comportamento de proteção = evita o risco (é uma ameaça)
Comportamento de risco = expõe-se ao risco (desafio, possibilidade ganho)

http://www.sxc.hu/photo/1370520

Por que alguém se expõe ao risco conscientemente?

A exposição ao risco pode estar ligado à personalidade de cada um. Vejamos os exemplos onde dois garotos da mesma idade ganham uma bicicleta sem as rodinhas de apoio:

  1. O garoto 1 (vamos chamá-lo de Prevenildo); não quer nem subir na bicicleta; é necessário muita insistência para que ele – com a ajuda dos pais – se convença de que aquela bicicleta não vai derrubá-lo. O “medo” de cair, faz com que ele relute em aceitar a ideia de que andar de bicicleta é seguro.
  2. O garoto 2 (vamos chamá-lo de Negligente); não vê a hora de subir na bike; se deixar ele já vai tentar se equilibrar sozinho. Com certeza, esse garoto aprenderá a andar de bicicleta muito antes do Prevenildo.

Portanto, podemos notar que a percepção de risco do Negli não é tão apurada e a tendência é que ele consiga aprender a andar de bicicleta muito rápido, mas é certo também, que levará alguns tombos.

O Prev também vai aprender a andar de bicicleta, mas vai demorar muito mais tempo. É óbvio que ele também poderá cair, mas a chance de isso acontecer é bem menor, devido à sua percepção apurada em relação aos riscos que a bicicleta lhe oferece.

Levando esse exemplo para os trabalhadores, fica fácil descobrir o porquê de alguns funcionários parecerem que têm tendência a sofrer acidentes. O fato pode estar escondido em sua própria personalidade. Se expor ao risco é algo que lhe acompanha desde criança e no trabalho não é diferente.

  • Objetivos do treinamento sobre percepção de riscos

O objetivo principal deve ser o de alertar os funcionários quanto à identificação dos riscos em suas respectivas áreas de trabalho. Outra tarefa desse treinamento é o de relembrar aos trabalhadores de que os riscos estão sempre ligados diretamente às suas atitudes.

É preciso deixar claro que a convivência com o perigo, não significa estar exposto ao risco, mas atitudes tomadas em relação ao perigo é levam o trabalhador a se expor ao risco.

A melhor maneira de se evitar a interação do trabalhador com o perigo, é ter um gerenciamento rigoroso de todos os perigos que eventualmente possam se transformar em risco para os operários. Após a identificação de todos os perigos, ações devem ser tomadas para que estes não se transformem em riscos ou que, pelo menos, as chances de isso acontecer seja reduzido ao máximo.

O treinamento deve incentivar os trabalhadores na identificação dos perigos e possíveis riscos e, para isso, a empresa deve adotar sistemas que possibilitem os trabalhadores informarem os perigos e riscos encontrados em sua área de trabalho.

  • Conclusão

O treinamento deve dotar os trabalhadores de conhecimentos sobre Perigos e Riscos, de modo que, estando bem orientados e com as ferramentas certas em suas mãos, possam ajudar na prevenção de acidentes.

Com um bom treinamento, certamente os resultados quanto à identificação de perigos que possam gerar possíveis riscos, será um sucesso.

É preciso mostrar aos trabalhadores que o maior beneficiado com esse trabalho é ele mesmo. E assim todos saem ganhando!

Darcy Mendes Darcy Mendes (812 Posts)

Técnico em Segurança do Trabalho, graduado em Gestão Ambiental e especialização em Prevenção e Combate a Incêndio. Nas horas vagas sou músico e professor de violino!!!


15 thoughts on “Treinamento sobre Percepção de Riscos

  1. BOA NOITE GALERA NA EMPRESA QUE TRABALHO OS LIDERES SÃO RESPONSAVEIS PELOS FUNCIONARIOS NOS FAZEMOS RELATORIOS E O GERENTE PEGA PESADO COM OS LIDERES, SE OS LIDERES NÃO TOMAR PROVIDENCIA É RUA NA CERTA.

  2. boa noite a todos e PARABÉNS por esse site tão informativo para todos nós TST,também sou bombeiro militar SP e deixo meu email para os colegas para treinemento de Brigadistas em suas empresas (incêndio e Primeiros socorros), valu.danielli@hotmail.com ….obrigado.

  3. ola pessoal,boa noite… terminei o curso a pouco tempo foi muito bom ter econtrado esse sit preciso a cada dia aprender mais….e com esses comentarios posso aprender muito…

  4. Olá pessoal, estou cursando ainda o curso TST mas, já estou prestes a estagiar, por isso estou ansiosa para aprender mais ainda na prática. Curto muito essas informações, pois preciso estar mais atualizada em relação ao dia a dia de cada téc.Quero poder contar com vocês sempre que precisar e trocar idéias sobre o assunto, porque com certeza pra tudo tem uma solução, só não podemos desistir de tentar, deus nos mostrará o caminho certo sem dúvida. Míriam, termino o curso no final desse ano.

  5. É verdade sem a colaboração dos gestores não se vai a lugar algum. A Segurança do Trabalho tem que começar de cima para baixo, sempre que se tenta começar de baixo para cima não tem como dar certo.O Técnico sozinho não consegue nada, aliás sozinho ninguém consegue nada. Muita empresa pensa que Técnico faz milagre e isso é um grande engano.Abraços

  6. ola galera, estou precisando eu uma ajuda estou mim formando agora no curso de técnico de segurança e estou um pouco de dificuldade para elabora meu relatório. sera que algeum pode mim ajudar.favor enviar algum material para ==>>brunootst10@hotmail.comgrato pela colaboraçao

  7. BOM DIA, NA EMPRESA ONDE TRABALHO NOS TECNICOS SÓ DAMOS ACESSORIA AOS COORDENADORES,SUPERVISORES E LIDERES, ELES QUE CONHECE O PESSOAL DELES, NA NR- 04 NOS FALA QUE TEMOS QUE ACESSORAR , É O QUE ENTENDI QUANDO LI ESTA NORMA.OBRIGADO A TODOS, PARABÉNS PELO BLOG.

  8. Olá pessoal.Estou na área do varejo, há muita coisa a ser trabalhada para um ambiente agradável e seguro nesto ramo , e concordo que temos que começar pela liderança e os gestores.

  9. Olá para todos, Eu também estou a pouco tempo na área, mas posso afirmar q uma das maiores dificuldades para nós(TST) é sem dúvida nenhuma convencer alguns líderes de que os que estão no comando são os primeiros a darem exemplo. Na área que entrei, nós temos trabalhado arduamente sobre esse tipo de situação,ou seja," A responsbilidade com vidas alheias não é só do TST, e sim de todos".Começando da liderança até chegar na mais simples àrea de atividade.O resultado tem sido pouco,porém crescente entre todos.A dica que dou é :"Não canse de usar a ferramenta chamada CONVENCIMENTO de todas as formas possíveis,pois o efeito pode ser lento,porém é EFICAZ".E concordo com nosso companheiro de profissão e ainda acrescento mais.Ame essa profisão e o ser humano em geral,por que o amor tudo suporta com fé e paciencia.Que DEUS nos abençoe nesta tarefa tão linda que cuidar dos outros.

  10. Olá pessoal.Gostaria de fazer um comentario sobre o assunto, pois estou a pouco tempo na área e estou passando por isso pois onde trabalho os encarregados dão um mal exemplo aos seus subordinados.Como cobrar um funcionário se o seu responsável não da o exemplo.Como lidar com uma situação dessa pois os encarregados já são velhos de casa e a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.Obrigado pela oportunidade.

  11. Olá FranciscoÉ importantíssimo o seu comentário! De nada adianta treinar os chamados "chão de fábrica" (não gosto desse termo), se os supervisores não estiverem conscientizados de suas responsabilidades para com a Segurança do Trabalho.

  12. Entendo que é primordial, separar os grupos de trabalhadores em niveis;execução, supervisão, gerencia e diretores.A partir destes grupos, realizar as palestras com o mesmotema; para os tecnicos iniciantes é importante que o ni-vel de supervisão seja o que assuma o compromisso de ori-entar e corrigir os perigos e riscos, pois estão direta-mente nas frentes de trabalho. Quando estes profissionaissão mal orientados tendem a desprezar a segurança e podemajudar a demissão de um técnico. Não se esqueçam de registrar todas as recomendações como orienta a NR-01 e colheras assinaturas individualmente. Mais uma orientação: AMEA PROFISSÃO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO.

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