Saiba mais sobre a prevenção de acidentes com escorpião
As estatísticas mostram que houve um aumento no número de mortes por escorpião nos últimos dez anos, atingindo 164%. Enquanto em 2005 foram registrados 45 casos de morte por picada de escorpião, em 2015 esse número subiu para 119.
Em termos de letalidade, as cobras (24.467 acidentes e 107 mortes em 2015) ainda matam mais que os escorpiões (74.598 acidentes e 119 mortes em 2015); dados do Ministério da Saúde. A letalidade é calculada a partir dar da divisão do número de mortes pelo número de acidentes. O índice de letalidade dos escorpiões é de 0,1, enquanto das cobras é de 0,4.
A maioria dos acidentes envolve o contato com escorpião-amarelo, pois é a espécie mais encontrada nos centros urbanos em virtude do ambiente favorecer sua sobrevivência e reprodução.
A grande quantidade esconderijos e alimento farto (baratas), faz das cidades os locais preferidos pelos escorpiões, transformando-se num risco constante para os desavisados.
Já encontrei escorpiões sob computadores que ficavam em contato direto com o piso (isso no segundo andar) e, claro, já acompanhei acidente de trabalho envolvendo picada de escorpião, que aliás, é apenas uma das espécies sinantrópicas (para saber mais, baixe o manual de animais sinantrópicos)
ESPÉCIES
- serrulatus (escorpião-amarelo): com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, exceto na região Norte e no estado do Rio Grande do Sul, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano;
- bahiensis (escorpião-marrom): encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil;
- stigmurus (escorpião-amarelo-do-nordeste): espécie mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos estados do Paraná e Santa Catarina;
- obscurus (escorpião-preto-da-amazônia): encontrado na região Norte e Mato Grosso.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
De acordo com a distribuição das espécies de escorpiões encontradas no país, pode haver variação regional nas manifestações clínicas. Porém, de modo geral, o envenenamento escorpiônico determina alterações locais e sistêmicas, decorrentes da estimulação de terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo. A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem início precoce e duração limitada, no qual adultos apresentam dor imediata, eritema e edema leves, piloereção e sudorese localizadas, cujo tratamento é sintomático. Mioclonias e fasciculações são descritas em alguns acidentes por T. obscurus. Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas por T. serrulatus, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado.
MEIOS DE PREVENÇÃO
- Usar calçados e luvas nas atividades que possibilitem o risco de contato;
- Tapar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
- Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
- Evitar acúmulo de lixo orgânico, entulhos e materiais de construção;
- Manter limpos os entornos de escritórios, residências, paióis e celeiros;
- Combater a proliferação de insetos que servem de alimento para os escorpiões (baratas e cupins);
- Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
- Preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas;
EM CASOS DE ACIDENTES
O que fazer:
- Limpar o local com água e sabão;
- Procurar orientação médica imediata mais próxima do local da ocorrência do acidente;
- Se for possível, capturar o animal e levá-lo.
O que não fazer:
•Não amarrar ou fazer torniquete;
•Não aplicar nenhuma substância sobre o local;
•Não fazer curativos que fechem o local;
•Não cortar, perfurar ou queimar o local;
•Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado.
Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/